Estava deitado na cama, provavelmente sob o efeito de medicações, com algumas rebarbas de papel que sobraram de quando eu desenhei minha graphic novel “A Banda Desenhada” e um lápis 6B. Queria dar seguimento às tirinhas do meu Instagram, mas achava que a “Quarentênia” estava esgotada e não tinha inspiração para uma nova “Athayrinha“. Peguei uma das rebarbas, dividi em quatro quadros e desenhei, em sequencia, um mói de coentro, uma coca cola de 600ml, um autorretrato e um porco dourado reluzente. Começou assim, no dia 22 de julho de 2020, “A Saga do Porco Dourado“, série de trinta tiras publicadas entre 24 de julho e 26 de outubro. Depois da primeira, eu não fazia a menor ideia do que viria.

Tive que inventar (improvisar)  uma técnica de roteirização. Funciona assim:  Desenho a primeira coisa que vem à cabeça e penso ENTÃO (preencha esta lacuna: _______) e E SE (preencha esta lacuna:_______). Finalmente, escolho qual das duas respostas soa mais adequada ao rumo da história. A maioria dos meus leitores, segundo pesquisa realizada recentemente no Instagram, acredita que o Nonsense é o que os atrai ao meu trabalho. Sinceramente, não sei precisar se o que eu faço é Nonsense, mas, de certeza, é sinceramente.

No fundo, acho que “A Saga do Porco Dourado“,  hoje prestes a chegar ao seu alardeado fim, é a minha resposta ao catálogo de experiências estéticas que assimilei ao longo da vida. Uma vez, vi Todd McFarlane falando algo como “kids know cool”, algo do tipo “os pirraia sabe o que é rochedo”. Penso nesse meu trabalho dessa mesma forma – Escrevi tudo que eu acho rochedo. E rochedo, pra você que não sabe, significa cool em Pernambuco. 

A História e o futuro da história

A trama básica de “A Saga do Porco Dourado é simples: O protagonista, que é o meu eu lírico, precisa passar por várias aventuras para chegar ao templo do Misterioso Porco Dourado a fim de descobrir qual seu valioso e cobiçado segredo. A linha narrativa copia a saga do mangá Yu Yu Hakusho em que Yusuke Urameshi precisa participar de um torneio cujo prêmio é se tornar discípulo da velha Mestra Genkai. E aí, operando nessa marcha de shonen pernambucano, meti a história dentro do mangue, joguei uns personagens malucos e, é claro, umas duas ou três reviravoltas.

Tecnicamente, foi só lápis 6B e cores digitais. O letreramento ficou condizente com o estado mental sob o qual eu produzi as tiras: chaplex de rivotrex. Quanto a isso, o que posso garantir é que o material já está sendo todo letrerado novamente porque, em breve – e quando digo em breve é mês que vem: novembro de 2020 – “A Saga do Porco Dourado” ganhará sua versão impressa.

Quer acompanhar esse processo mais de perto e concorrer até mesmo a miniaturas dos personagens da série que eu eu esculpi em resina e pintei com minhas próprias mãos? Faz assim:

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Abraço, as turma!

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