Olha, eu não queria ter que estar escrevendo isso. Eu queria palcos, guitarras, namoradas virtuais e poder me drogar sem ficar ressacado. Bom, a música é um ramo difícil. Foram anos de investimentos em equipamentos de áudio, cursos, bandas, estúdios e instrumentos até que me tornei, enfim… Quadrinista. Tudo bem, porque na realidade eu amo quadrinhos e só comecei este parágrafo negando minha condição atual pra criar um climão. Pedoai o redator aqui. Ui.

O fato é que, uma vez retido às artes gráficas como ganha-pão, fiz peças de design editorial, ilustrações diversas e tomei muitos calotes. Também gravei quatro discos autorais e escrevi e desenhei duas graphic novels iradas. Tudo permanece inédito. Digamos que as incertezas financeiras desta vida de artes engavetaram meus projetos –  mas isso agora acabou. Arrumei um meio-termo entre o ganha-pão e o do it yourself: a academia.

Este site marca o início da minha pesquisa de mestrado na área das indústrias criativas, que é um ramo da comunicação. Entrei nessa porque também fui jornalista em algum momento entre música e quadrinhos e já que meu diploma tava dando sopa por aqui e eu tinha contatos na área… Por que não?

Minha pesquisa é tão ampla quanto minha área de atuação: Trata-se de conceber uma espinha dorsal de onde partem várias investigações acerca de processos criativos, estética e espaços de convivência. A ideia, para além dessa sistematização cafona OPS acadêmica da arte, é jogar um olhar provocativo sobre aquelas coisinhas minúsculas que a gente tenta evitar, tipo uns elefantes na sala de estar de casa.

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